quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Sobrevivendo ao ENEM parte 1

Todo mundo sabe que nesse final de semana que nos deixou, a maravilhosa e aclamada prova do ENEM foi feita por milhares de brasileiros me incluam nesses milhares. Sei que hoje é quarta e já passou muito tempo desde os ocorridos (na internet as coisas voam), mas como disse um amigo meu “nunca é tarde”. Então vamos lá.

Sábado, dia 24 de outubro de 2015: primeiro dia de prova.

Mesmo sem saber exatamente como chegar na maldita escola, eu estava tranquilão em questão de horário. Tanto é que acordei às nove da manhã, pra sair as onze, porque não queria ser um dos que apareceriam na rede globo de televisão chegando atrasado ou chegando super em cima da hora e tendo que correr igual o papa léguas fugindo do coiote pra entrar por uma fresta de portão.

Pois bem, estava eu acordado as nove, lutando contra aqueles meus dois bons e velhos amigos: Soninho Gostoso e Preguiça Safada, que não queriam deixar que eu levantasse. Mas eu fui mais forte que esses dois, e consegui derrotá-los. Estava eu de pé, ligando o computador, indo lavar o rosto, escovar os dentes e esperar minha avó chegar (uma outra história pra um outro dia). Só tinha um pequeno, nada demais, nem um pouco problemático, problema nesse meu plano todo: eu não tinha dinheiro. Eu tinha esquecido de pedir para minha senhoria (conhecida como minha mãe) para deixar alguns papéis coloridos pra mim. Pois é. Quem é que merece uns tabefes?
Chamei minha senhoria nos whatsapp — porque minha mãe é muito moderna e usa e abusa de tal rede social — para comunicar minha falta de verba para ir decidir o meu futuro. Putz, disse minha senhoria. Logo em seguida ela me disse: “por que não disse mais cedo que eu deixava?”. Qual é mãe, eram sete horas da manhã quando tu saiu. Ninguém funciona nesse horário da madrugada. Enfim... Ela me ligou para podermos nos situar melhor sobre minha situação financeira... Conseguimos resolver o problema da grana. Consegui uma verba de vinte dinheiros. OLOKO, HEIN! Era uma merreca, se considerarmos que eu teria que pagar dois dias de passagem idade e volta (porque a escola era longe) e teria que comprar COMIDA porque não sou obrigado a passar fome fora de casa.

Para uma pessoa que tinha os planos de sair onze horas, eu estava atrasado para um excelentíssimo senhor caralho. Fui sair de casa quase ONZE E MEIA, por motivos de: dinheiro, banho e minha avó.
“Mas por que não tomou banho logo que levantou?” vocês devem estar se perguntando. Pelo simples fato de não ser da conta de nenhum de vocês. Amo vocês, tá?

Pois bem², conseguindo sair de casa, fui correndo até o mercado comprar umas BOLACHAS (se você fala biscoito, saia daqui) e uma caneta preta. Tudo okay? Tudo okay! Bora esperar o ônibus. Por sorte, alguém do andar de cima estava torcendo por mim e mandou logo um ônibus.

Uns 15 minutos depois chego na rodoviária e desço na integração. Um bilhão e meio de pessoas naquele lugar que estavam indo todas fazer a mesma coisa que eu, mas em locais diferentes, amém. Nesse local, encontro meu amiguinho Iago que estava indo fazer a prova também, mas em uma escola diferente da minha. Papo vem, papo vai, decido perguntar para um dos fiscais qual ônibus passava perto da fodendo escola para qual eu fui encaminhando. Acompanhem:

O moço, que ônibus passar perto da escola tal tal tal?
Meio dia e vinte, Vila Aurora.

Falando assim parece que foi rapidinho. Mas não. Pra alguém que estava se sentindo atrasado, aquele ônibus demorou mais ou menos uma eternidade. Eu já estava entrando em desespero. Meu deus, eu vou aparecer na globo! Eu não quero isso pra mim! Tava bem desesperado.
Finalmente o maldito ônibus chegou. Eu já disse que eu não sabia pra onde estava indo? Pois é...
Após muita demora, muito medo do horário, muitas voltas e muitas pessoas no ônibus, finalmente cheguei. Uau! Faltando uns dez minutos para uma hora. MEU DEUS HEIN.

(Por motivos de: ta ficando cansativo vou pular direito para os ocorridos da sala sala.)

Depois de a moça gata ter me dado aquele maldito saquinho guardador de coisas, eu entrei na sala e vi mais uns trintas caras, e todos ocupavam locais bons, o que significa que tive que sentar na primeira carteira de uma das fileiras. Me sentia exposto.  

Gente, eu tenho que contar como o orientador era atrapalhado, meu deus. Ela fingia que sabia o que estava fazendo. Ri dele horrores, mas internamente claro. Como se não bastasse o mr. Atrapalhado, me colocaram a moça gata como orientadora 2 na sala. Para uma pessoa que tem déficit de atenção, como eu, isso não é nada bom. Deu uma e meia começou os barulhos de papel se abrindo de todo canto. 
E aqueles textos? Meu deus. Dava pra ouvir os neurônios dos meus concorrentes trabalhando duro. Tava bem complicado.

Passada mais ou menos uma hora de prova, geral começou a sentir fome e ai já viram, né? Começa aquela sinfonia de embalagens sendo abertas por todos os cantos, era uma agonia terrível. Mas como eu sou uma pessoa bem má, e que gosta de ver o circo pegar fogo, só abri meu lindo pacote de bolacha, depois que veio a calmaria. Queria que eles passassem a mesma agonia que passei quando eles começaram!

Em determinada hora eu perguntei se poderia ir ao banheiro. Sim galeras, fui o garoto audacioso que tive coragem de pedir pra ir ao banheiro. Fui o primeiro. Quando chego no banheiro, um cara com um detector de metais na porra da porta do banheiro querendo me revistar e eu quase explodindo com vontade jorrar meus líquidos. Fiz o que tinha que fazer, e quando saio, o cara passa aquele maldito detector de novo pelo meu lindo corpo. QUAL É? ACHOU QUE EU IA PEGAR UMA ESCUTA DENTRO DO BANHEIRO? Voltando pra sala desencadeei uma leva de entra e sai de garotos da sala pra ir ao banheiro que só por Deus, viu.

Hora vai, hora vem e eu na primeira questão ainda, tentando entender o texto (que não implicava em nada com a pergunta, era só pra mexer com sua massa cinzenta mesmo). Mentira, gente. Eu já tava bem adiantado, não tanto quanto os candidatos... Tinham se passadas quatro horas e eu na questão quarenta. Pois é... Não trabalho bem em ambientes hostis. Ainda mais com orientadoras gatas, pássaros e pessoas fazendo uma festa em conjunto no lado de fora da escola e garotos saindo da sala a cada dez segundos.
Em resumo o primeiro dia foi isso, um inferno, um caos, uma cacetisse. Conto sobre o segundo dia depois.



ENEM vou falar sobre as questões de química. 

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